21 de abril de 2009

Borland, Novell e a crise

Esta semana li uma nota de rodapé na SD Times da segunda quinzena de Abril que me deixou pensativo. A Borland sofreu uma queda de receita de mais de 100 milhões. No mesmo rodapé, mais adiante relatava que o faturamento da Novell cresceu 25% no ano de 2008.

Mas o pessoal mais conservador pode pensar, essas empresas que trabalham com software livre devem ter um faturamento pífio. Por isso a revista fez questão de registrar: o faturamento girou em torno 600 milhões de dólares.

Sinal dos tempos: enquanto uma empresa insiste nas suas ferramentas ALM cheia de amarras e proprietária ao extremo (para se ver a API é uma burocracia), a Novell vem crescendo a olhos vistos com ferramentas abertas que tem se tornado cada vez mais produtivas e mais palatáveis no ambiente corporativo.

Dando uma pesquisada, podemos até ler o transcript da reunião da Red Hat onde eles discutem o resultado de como o Linux tem dado suporte aos produtos lucrativos. Bem interessante de ler como funcionar um board de uma empresa aberta americana.

Alias, eu vi uma demonstração do Groupware da Novell e meu deu uma pontinha de vontade de abandonar o meu bom e velho Thunderbird...

Como dizia o Marvin Gaye: What's going on ?

12 de abril de 2009

Western Digital SCAM

Depois de um tempo afastado do blog, achei importante preparar este texto para ajudar os incautos para que não caiam no golpe da Western Digital.

Comprei para um dos meus cliente um HD externo Western Digital World Edition. É um HD externo que tem entrada apenas pela Ethernet, ou seja, não existe entrada via USB ou Firewire e a única forma de acessá-lo é via cabo de rede ethernet.

A grande vantagem nessa arquitetura (e que é indicada pelo fabricante) está na taxa de transferência maior que a registrada em uma USB pois a placa de rede é de 1Gigabit. Isto é, se você está trabalhando em uma rede onde os equipamentos estão todos rodando a 1 Gigabit (micro cliente, cabos e switch), a taxa de transferência para o HD chega próximo de 1Gigabit.

Optei por esta solução pois seria a melhor opção em termos de custo/benefício. A taxa de transferência de uma USB 2.0 é de no máximo 480Mbits mas na prática consegue-se até 300 Mbits. Taxas melhores podem ser obtidas por uma porta Firewire mas para se conseguir uma boa taxa, deve-se ter uma placa Firewire com PCI-Express (geralmente só existente em placas mães mais poderosas). Assim, a solução via Ethernet parecia ser mais adequada.

Além disso, o HD é na verdade um pequeno micro rodando Linux internamente. Assim, em tese você poderia customizá-lo e atualizar o software, sem perigo de vírus, travamentos, enfim, iria reunir todas as vantagens de um "servidor" com Linux. Mas como eu disse: em tese... somente em tese.

Ao começar a testar o HD surgiram os primeiros problemas. Apesar de rodar Linux, ele vem sem qualquer tipo de acesso remoto como ssh ou telnet. Assim, você não tem como acessar o Linux e atualizar o software de nenhuma forma. Ora, se eu estou comprando o HD com Linux porque os caras não liberaram o acesso para que a gente possa fazer as customizações ?

Mais um caso onde a indústria se apropria do software livre mas não entende como deve se comportar com ele. Apesar de usar o Linux, eles ficam criando amarras para que você não possa usar o hardware que você comprou!! Ou seja, um absurdo!

É lógico que o pessoal do mundo livre conseguiu hackear o bicho mas a empresa faria bonito se já facilitasse a vida do pessoal de TI, concordam ?

Mas o problema maior viria nos testes de performance. Comecei a perceber que a taxa de transferência não estava nem perto dos 500Mbits. Achei inicialmente que o problema podia ser do switch ou da placa de rede do micro cliente. Mas depois de vários testes vi que o problema estava no HD.

Após pesquisar na Net, confirmei minhas suspeitas: apesar da placa ser de 1Gigabit, o hardware não suporte uma taxa de transferência na mesma velocidade!!! Ou seja, eles anunciam que a placa de rede é de 1 Gigabit mas o hardware não suporta nem 1 / 4 desta velocidade, ou seja, é uma farsa.

Enfim, não é só no Paraguai que você compra gato por lebre. Grandes empresas como a Western Digital tem a cara de pau de vender produtos assim!!!! Tem um adjetivo muito peculiar que se usa em inglês: SCAM! E o pior, vou reclamar com quem ? Será que o Procom tem como acionar a Western Digital que está lá nos Estados Unidos ???